terça-feira, 24 de agosto de 2010

CANUDOS - um passeio pelos caminhos de nossa história

Em 2008, direção, professores e alunos de nossa escola realizaram um passeio à cidade histórica de Canudos para reviver e conhecer os principais pontos onde aconteceu o confronto entre os seguidores de Antônio Conselheiro e os comandantes das expedições enviadas pelo governo.





Diante de tudo que já foi escrito sobre este episódio que marcou para sempre a história de nossa gente e do mundo vale a pena conferir o que nos relata o cordelista José de Jesus Ferreira em seus versos. Ao lado estão as fotos, registro desta atividade recreativa e cultural




I
Antônio Vila nova
Usou tática e armação 
Enganou o Exército
Sem fazer recuação
Canudos e Conselheiro
Agradeceu essa ação.
II
Tentaram lhe perseguir
Mais não conseguiram pegar
Houve muitas baixas
Ali próximo ao chegar
Das barricadas e trincheiras
O trabuco ia engasgar.

III
Antônio Vicente Mendes Maciel          
Gostava de predicar                            
Cícero Dantas Martins
Barão que queria indicar
Mais o cajado de Conselheiro
Levantou para te acertar.

IV
Aqui em Monte Santo – BA
Chegaram os prisioneiros
Um campo de degola
Surgia com os terceiros
Ao lado do Tanque do Gado
E de Canudos, esses brasileiros.     

V
João Novato e Antico
Da guerra eles fugiram
E na Faz. Ma. Preta, M. Santo
Nesse local aderiram
João de Santana Primo, contou-me
Sem saber quando os partiram.

VI
Os impostos injustos
Causavam várias rebeliões
E Antônio Conselheiro
Explicava as multidões
Em vilas e arraiais
Não se cumpriam, as lições

VI
O intendente João Cordeiro
Dominou Monte Santo
Hidelgardo Cordeiro (Dedega)   
Afirmou a mim, tanto
Que João, não queria a Guerra
Em Canudos, com espanto.

VIII

Do outro lado da Serra
Conhecida como Canabrava
Ao Norte de Canudos
Onde as mulheres, subiam com raiva
E viam a luta em Canudos
Com muita razão os brigava.

IX
Os que fugiram da Guerr
Voltaram em Abril
De mil oitocentos e noventa e oito  
E de novo as construiu
Novas e muito simples
Neste lugar que existiu.

X
Em 1997, ouvi
De gente desenformada
Contando-me lendas
Violenta e armada
Conselheiro mal interpretado
E uma única voz confirmada

XI
A degola em Canudos
Trouxe muitas versõesara livrar-se desta
Se esconderam, em porões 
Sob os casebres do arraial
Aconteceu poluições

XII
Quando parava o fogo
Ficava a destruição
Iam abater os bois
E garantir á alimentação
A carne entre corpos humanos
Exposta naquele chão.

XIV
Ficando dentro das casas
Agachados, e temente
Aguardando parar a brigada
Pra fugir de repente
Ou usar uma trincheira
Num local excelente.

XV
Em 22 de maio de 1994
Um dia de domingo, aconteceu  
A minha 1ª pesquisa
Em Curral Falso, se deu
Margarida Ma. De Jesus
Rápida nos recebeu.

XVI
15 de julho de 2000
Voltamos a consultar
O povoado de Curral Falso
Colher dados e anotar
Sobre os cuidados de margarida
Podemos a entrevistar

XVII
Vicente Alves de Almeida
Sendo o nosso informante   
17 de julho de 2000
Afirmou-se contente
Vivência era negra
O octagenário não mente.

XIX
Os pais de Vivência
Felipe e Isídia
Mais foi criada na Faz. Aroeira
Por uma pessoa desconhecida
José Caiano adotou-a              
E essa lá crescia

XX
Lagoa do Juazeiro
Era assim conhecida
Pov. De Curral Falso
Portanto compreendida
Houve Currais de Gado
Sem uma marca e ferida

XXI
Matava o gado de ferrão
O tal José Carurú
Vicente Alves de Almeida ( Pombo) 
A mim, contou isso tudo
Que Vivência Ma. De Jesus
Criada também por esse matuto.

XXII
João Cardoso da Silva
Nasceu no Vleho Canudos
A 22 de julho de 1889
De coragem e peitudo
Seus pais; Joaquim Cardoso da Silva
Maria Ana, e tudo

XXIII
Fugiam de Canudos, em 1897
Quando davam uma parada
Josefa do Jagunço
Correu bem apressada
Vindo parar na Faz. Riacho d’ água
Com a sua roupa rasgada.

XXIX
Ulisses Noel da Silva
Nessa fazenda a conheceu
Município de E. da Cunha – BA,
Josefa, um pouco sofreu
Falava do Bom Jesus, Conselheiro
Que em Canudos, conviveu.

XXV
Outra sobrevivente da Guerra  
Chamada Josefa, Biscoito
Ficou em E. da Cunha – BA,
Isolada e com desgosto
Faleceu em 1989.
Aonde surgia o coito

XXVI
Antônio Araújo Pinto
Apelido Antônio, da Tibúrcia
Na década de 50, em E. da Cunha
Conheceu Manoel Travessia       
Sobrevivente de Canudos,
Que Canudos, conhecia.

XXVII
Morriam, muitos fugitivos
De fome e cansados
Pela caatinga se escondiam
Feridos e estropiados
Chegavam a Monte Santo
E, em Cansanção amarrados

XVIII
Grupos de prisioneiros
É tratados como animais
Em 1897, em Queimadas – BA,
Por terríveis Generais
Nesse pequeno povoado
O povo já sofria demais.

XXIX
Manoel de Carlos de Campos
Também nos acompanhou
Nesta forte viagem
E o jovem Elias Brito, indicou
A casa de Maria
Onde esta pouco falou

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